sábado, 25 de outubro de 2008

Memória de além túmulo


Fui...
Agora não existo.
Sorri, brinquei, bebi, chorei,
corri, parei, sofri, aprendi, voei,
venci, perdi, ganhei, amei,
comprei, vendi, subi, desci,
nasci, morri.
Agora, despejado estou em cova de um cemitério.
Uma lápide, mal cuidada, marca meu endereço.
Um mármore frio cobre meu corpo inerte e putrefeito.
Meus sonhos estão no passado.
Mas sempre estiveram no futuro.
Debati, briguei, discuti, odiei.
Mas a tristeza restou apenas aos que ficam, e que me amaram.
Os que não me conheceram, nunca conhecerão.
Os que me ama, aos poucos me esquecerão.
Só fragmentos, do que representei, visitarão seus pensamentos.
Em "flashes" rápidos e inexos.
Sobrei ter vivido, mas não sou inesquecível.
Não me tornei um ícone, sequer um nome importante.
Da sina de todo ser vivente, também participei.
E a quem ler este monólogo,
não tente me conhecer.
Basta saber que um dia também seguirás meu destino.
A meu lado ainda há vagas.
Espero que deixes mais pessoas te amando.
Pois este é o único arrependimento que tenho:
não conquistei muita gente.
E os poucos que me amaram,
não o fez por esforço meu.

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