domingo, 18 de setembro de 2011

Nada restou

Hoje concluí: nada restou....
Nem a fé,
Nem a esperança.
Sempre cri que sabia alguma coisa.
Mas... Não! Não sei nada.
Minha ignorância
Tornou-se minha maior inimiga.
Tornei-me intolerante.
Fiquei sozinho.
Perdi esposa,
Amigos,
Vizinhos,
Colegas.
Não tenho ninguém.
Logo não sofrerei mais.
Tudo vai acabar rápido.
Já planejei
Cada passo.
O mundo só é bom,
Para quem acha que sabe alguma coisa.
Para os que compreendem ,
Não há espaço para a esperança.
O mundo e violento e injusto.
Tudo que tentei fazer de bom,
Voltou para mim com conseqüências ruins.
Todos se afastaram de mim.
Porque eu queria ser justo demais,
Fui desprezado,
Ignorado.
Disseram “na minha cara”:
- você é nojento!
- te odeio!
- você é ignorante com as pessoas!
- você não tem competência!
Aos poucos ...
Fui ficando sem forças.
A princípio achei que estas coisas
Não podiam me afetar.
Mas estava enganado.
A religião me ensinou a ser honesto e verdadeiro.
Mas no mundo real estas “qualidade”
Não são aceitas.
Sofremos calados.
Fraquejamos.
Procuramos uma válvula de escape.
Só nos resta o pecado.
Daí...
O arrependimento.
Que é o pior castigo,
Pois vem de nosso interior.
E nos pune eternamente.
Por que temos uma maldita consciência religiosa.
Invejamos os que são felizes
Por não terem tal consciência.
Fazem tudo que é errado .
E não sofrem com isto.
Não há fuga.
Não ouço a voz de um criador.
Aliás, Ele não socorreu diversas crianças
Em situações limites,
Por que me socorreria
É onipresente...
Mas só pode ser omisso...
Por permitir um mundo tão podre, tão desvairado
O único medo que tenho...
E de que Ele exista.
E quando me for tenha de ser
Condenado a algo pior que
O mundo corrompido e sujo que Ele criou.
Eu gostaria de me extinguir.
Para todo o sempre.
E nunca mais ter consciência.
Gostaria de nunca ter ouvido falar de Deus.
De não ter tido tantas esperanças.
Para que a decepção não fosse tão grande.
Não sei se sinto pena dos outros ou de mim.
Não sei se sofro pelos outros ou por mim.
Não sei se o mundo estará melhor ou pior sem mim.
Sei que há quem dependa de mim.
Mas todos se adaptam às tragédeas.
Já ouve quem me dissesse “você é um fraco”.
Mas quem disse isto já fez um aborto e matou um desconhecido.
Estamos no mesmo barco...
O evangelho parece uma espécie de:
Argumentos de defesa perante o Altíssimo.
Coisa como "nem eu me perdôo por isto”,
Mas após ouvir tais argumentos nem achamos
Que somos tão maus assim.
Mesmo assim há quem defenda o “fogo do inferno”
Se Deus é justos, porque condenar eternamente
Uma pessoa por um crime que fez num período ínfimo
E debaixo de todo tipo de má influência e corrupção?

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