sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O pergaminho


Os montes amanheceram lindos. No pasto o gado. Campos verdes e com pendões cor palha. Pouco importante para os pássaros! Nas árvores. Só querem voar, comer, descansar, voar. Estão satisfeitos. Não têm carros, mas estão satisfeitos. Não têm chuveiro elétrico, continuam satisfeitos. Basta a eles as coisinhas que catam no chão, ou na copa das árvores. Pequenos seres, também contentes de si, sem fazerem idéia do perigo. Outra coisa acontece às pessoas. Se procurar que a razão está nos bens que possuem, será contrariados.
O documento foi recebido as três horas da tarde. Tinha fé pública, carimbo e rubrica. Alguém o recebeu e precisava executá-lo. Uma lei o obrigava. A lei do acordo inconsciente que residia nas multidões sem contudo ter sido feita por elas. Se numa escala hierárquica, mesmo que por razões justas, alguém opte por contesta e descumprir o acordo, outro não o fará, não terá a mesma compreensão dos fatos. Em alguma estante de biblioteca há uma defesa acadêmica para a questão, não ausada dos que trabalham duro para se manterem vivos.
A Lei do “si...”é maior que a lei do papel. Prevalece por ter como poder executivo o medo e o poder Judiciário o completo desconhecimento dos limite de ação: Se não fizer isso.... E se tentarem contra mim... e se... e se...
Era um número para os documentos oficiais e um status para sua comunidade. Autoridade, contudo, humano, frágil, até sentimental. Não sabia se alguém notaria o descumprimento daquela ordem escrita. Não compreendia como tal ordem tinha razão de ser.

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